Prunella modularis

Descrição

A ferreirinha-comum frequenta matagais, zonas arborizadas com estrato arbustivo, sebes vivas e, inclusive, parques e jardins urbanos. Em Portugal, nidifica apenas na metade norte do continente, em toda a área de influência euros-siberiana do noroeste e nas áreas de maior altitude no interior de influência mediterrânica. Distribui-se de forma contínua no litoral, da foz do Minho à ria de Aveiro e atinge o limite meridional no maciço central. Os registos dispersos na Beira Baixa e Ribatejo podem dever-se à contabilização de aves invernantes que ainda não iniciaram a migração nupcial.

É mais abundante no corredor formado pelas serras do Montemuro, Marão, Alvão, Barroso, Gerês e Larouco, em detrimento das áreas de menor altitude junto ao litoral e das regiões mais áridas do leste de Trás-os-Montes e Alto Douro.

A comparação com o anterior atlas revela uma acentuada diminuição (-15,5%) na sua área de reprodução. Desapareceu como nidificante de vastas áreas na Beira Litoral, Beira Baixa e Beira Alta e, de forma menos marcada, também no nordeste de Trás-os-Montes e Alto Douro, apesar da ligeira expansão na área do planalto Mirandês. A área de maior abundância da ferreirinha em Portugal deslocou-se para oriente, englobando agora o extremo noroeste do distrito de Viseu e a metade ocidental do distrito de Vila Real. Em resultado desta alteração espacial, a espécie é agora mais abundante em regiões de maior altitude média. No sistema central, está agora confinada às áreas de maior altitude e a sua distribuição tem uma descontinuidade entre as serras da Malcata e Estrela.

Pedro Cardia