Passer hispaniolensis

Descrição

O pardal-espanhol aparece sobretudo na metade interior do território continental, onde tem uma presença quase contínua desde Trás-os-Montes e Alto Douro ao Algarve. Surge associado principalmente a áreas agrícolas, quer culturas extensivas de sequeiro ou outras, quer terrenos incultos com sebes e matos esparsos, quer ainda algumas culturas permanentes ou orlas de aldeias. Na Madeira, onde a espécie apareceu pela primeira vez em 1935, aparentemente de forma natural, e se fixou na região (Bannerman & Bannerman 1965), são conhecidos dois núcleos principais de ocorrência: a extremidade oriental da ilha principal e a ilha de Porto Santo. Neste arquipélago frequenta zonas relativamente áridas, cultivadas ou não.

No continente é claramente mais abundante na Beira Baixa e no interior alentejano, onde existem colónias com centenas de ninhos. No resto do território continental ocorre em pequenos núcleos, muitas vezes associado ao pardal-de-telhado. Na Madeira é claramente mais abundante na ilha de Porto Santo, onde se concentra a maior parte da população do arquipélago.

A sua área de distribuição no território continental não se modificou de forma expressiva face ao atlas anterior. Todavia parece ter havido um pequeno alargamento para norte, com uma presença mais extensa na Terra Quente transmontana, registando-se também o aparecimento de núcleos isolados mais para oeste (na lezíria do Tejo e no vale do Mondego), embora a espécie seja claramente rara na metade litoral. No caso da Madeira registou-se um declínio populacional considerável em décadas recentes, sendo a espécie hoje bastante rara na ilha principal (M. Biscoito com. pess.)

Gonçalo Elias