Loxia curvirostra

Descrição

A ocorrência do cruza-bico está associada à existência de bosques de coníferas, nomeadamente de pinheiro-silvestre, geralmente em locais de altitude acima dos 800 m. A sua presença e abundância em Portugal é ditada pela produção de sementes nas áreas de reprodução europeia, sendo frequente a ocorrência de fenómenos dispersivos e irruptivos associados à variabilidade anual da produção de sementes, o que torna a distribuição da espécie em Portugal instável. No entanto, a sua deteção na área entre as serras do Alvão/Marão e do Larouco, com confirmações de reprodução neste atlas e nos dois anteriores, permite supor que existirá uma população estabelecida nesta área. Também na serra de Montesinho é novamente confirmada a presença da espécie e desta vez com confirmação de nidificação.

Comparativamente com o atlas anterior, o número de quadrículas em que a espécie foi detetada aumentou cerca de duas vezes e meia, com registos novos na envolvente das áreas já referidas, mas também noutras áreas serranas do centro e norte, com destaque para as serras da Lousã e da Estrela, ambas com confirmação de nidificação. A não deteção da espécie na serra de Sintra e na região das Caldas da Rainha, referidas no atlas anterior, bem como a sua deteção na região de Lisboa em duas quadrículas novas, demonstra o caráter instável da distribuição da espécie.

Carlos Pedro Santos