Leiothrix lutea

Descrição

Durante os trabalhos do atlas, o rouxinol-do-japão foi detetado nas regiões de Sintra, Setúbal e Coimbra, onde é conhecida a sua presença desde o final da década de 1990, 2005 e 2007, respetivamente (Gonçalves 2022, Matias 2010). Nesta última região, a maioria das observações concentra-se na serra da Lousã. Nidifica principalmente em florestas de folhosas caducifólias. A presença de silvados parece ser determinante para a fixação da espécie pois esta utiliza a sua estrutura como suporte de nidificação. Pode ainda ocorrer em habitats mais secos como sejam matagais mediterrânicos, plantações de eucaliptos com subcoberto ou hortas com árvores de fruto.

A espécie é mais abundante na serra da Lousã, onde está em expansão. As populações das serras de Sintra e da Arrábida são de dimensão muito inferior e a sua tendência populacional é desconhecida.

O rouxinol-do-japão não foi detetado no atlas anterior, embora já estivesse presente no território nacional. Trata-se de uma espécie de difícil deteção, pois pode permanecer escondida entre a vegetação densa, e de difícil identificação auditiva, uma vez que emite vocalizações semelhantes às da toutinegra-de-barrete e melro-preto. Estes fatores poderão levar a que ainda hoje a sua distribuição possa estar subestimada.

Pedro Pereira

Referências bibliográficas

Matias R (2010) Aves exóticas em Portugal: anos de 2005-2008. Anuário Ornitológico 7: 95-108.

Gonçalves A (2022) eBird Checklist: https://ebird.org/checklist/S37058826. eBird: An online database of bird distribution and abundance [web application]. eBird, Ithaca, New York. Disponível em: http://www.ebird.org. (Acedido em 9-12-2022)