Gyps rueppelli

Descrição

O grifo-pedrês é habitualmente considerado acidental no Paleárctico Ocidental. Contudo, a sua ocorrência é cada vez mais regular nesta região biogeográfica, nomeadamente no norte de África e na Península Ibérica o que se deve provavelmente à sua associação com o grifo durante os seus movimentos migratórios a partir da África subsariana (Gutiérrez 2003). As observações efectuadas em período de atlas correspondem a dois avistamentos de indivíduos isolados, ambas obtidas em maio, um na zona do Douro Internacional, uma ave imatura e outra no Baixo Alentejo, de um indivíduo adulto ou imaturo avançado, ambas na companhia de grifos. Estes dados, bem como a não deteção da espécie nas colónias de nidificação de grifos, indiciam que a espécie não se tenha reproduzido no país durante a realização do atlas.

Por contraste, no atlas anterior foram registadas evidências de nidificação mais fortes, nomeadamente em 1999, foi confirmado o primeiro caso de reprodução no Paleárctico, no Tejo Internacional (Berliner et al. 2001), onde foi localizado um ninho com um indivíduo adulto a incubar um ovo numa colónia de grifos Gyps fulvus. As observações então efectuadas não permitiram clarificar com certeza absoluta que se tratava de um casal de grifo-pedrês ou de um casal misto.

Carlos Pacheco

Referências bibliográficas

Berliner A, Pacheco C, A. Monteiro A (2001) Censo de Grifo em Portugal. In: del Moral JC, Martí R (eds.) El buitre leonado en la Península Ibérica. III Censo Nacional y I Censo Ibérico Coordinado, 1999. Monografía n.º 7. SEO/BirdLife. Madrid.

Gutiérrez, R (2003) Occurrence of Ruppell’s griffon vulture in Europe. Dutch Birding 25: 289-303.