Glareola pratincola

Descrição

Semelhante a uma gaivina, a perdiz-do-mar é uma ave limícola que se alimenta de insetos de grandes dimensões (Coleoptera e Orthoptera) que captura em voo. Nidifica em colónias por vezes na companhia de outras espécies, escavando os ninhos em terrenos planos e desprovidos de vegetação, geralmente nas proximidades de massas de água. Ocorre em margens ou ilhas em albufeiras, estuários e praias, e em diversos tipos de cultivos agrícolas, pousios, pastagens, arrozais e salinas. Em território nacional distribui-se de forma descontínua a sul da bacia hidrográfica do Tejo, com núcleos reprodutores localizados no centro e interior alentejano, estuário do Tejo e no litoral algarvio.

A espécie é mais abundante no interior alentejano, onde se encontra associada às albufeiras do Alqueva e do Caia, e ainda no estuário do Tejo. No estuário do Tejo os núcleos reprodutores foram estimados em 30 a 87 casais (2010-2021, ICNF, dados não publicados) e na albufeira do Caia entre 2000-2009, oscilaram entre 10 a 98 casais (Venâncio & Silva, 2009).

A sua distribuição não se modificou de forma substancial em relação ao anterior atlas de aves nidificantes, contudo deixou de nidificar na ria de Aveiro e em parte significativa do litoral algarvio. A gestão dos níveis de água nas albufeiras e perturbação humana parecem justificar a ausência em algumas quadrículas.

Afonso Rocha

Referências bibliográficas

Venâncio L, Silva JP (2009) Resultados de 10 anos de monitorização de 3 espécies coloniais ameaçadas na Albufeira do Caia: Chilreta Sterna albifrons, Tagaz Sterna nilotica e Perdiz-do-mar Glareola pratincola. IV Congresso Ibérico de Ornitologia, Elvas.