Esforço de prospeção

Visitas sistemáticas

O III Atlas das Aves Nidificantes de Portugal foi realizado em sete épocas de campo. No que diz respeito às visitas sistemáticas, efetuadas nos meses de março a julho entre 2015 e 2021 (Figura 1) foram realizadas 9 156 visitas sistemáticas (continente 8 662, Açores 390, Madeira 104), que permitiram obter 167 119 registos (continente 163 302, Açores 3082, Madeira 735), a maioria com o código de nidificação associado (Açores 91%, continente 95%, Madeira 98%).

Figura 3
Figura 1 – Número de visitas sistemáticas por região e por ano.

O esforço levado a cabo permitiu visitar por ano, em média, cerca de 12% do total das quadrículas. No entanto, o maior número de quadrículas visitadas registou-se em 2015 (20% das quadrículas), e nos anos 2016 e 2021 (15% das quadrículas em cada um dos anos). A colaboração de todos aqueles que aderiram a este projeto resultou num esforço de cobertura total de cerca de 84% (927/1110 quadrículas) (Figura 2).

No território continental, em 138 quadrículas (14%), repartidas na sua maioria pela zona centro, sudeste alentejano e Algarve, não foram realizadas visitas sistemáticas. Os dados referentes a estas quadrículas são resultado exclusivo de registos não-sistemáticos. Em 108 destas quadrículas o esforço das visitas não sistemáticas foi, no mínimo, idêntico ao esforço sistemático do atlas (observações em pelo menos de 6 tétradas e uma duração total de observação igual ou superior a 3 horas). As restantes 29 quadrículas (cerca de 2,9% do total do continente) o esforço de campo foi inferior ao do atlas, refletido num número menor de espécies (<35 espécies por quadrícula) face à média nacional. Importa salientar que destas quadrículas, 17 são quadrículas marginais.

Figura 2
Figura 2 - Esforço de prospeção, levado a cabo em todo o território nacional, considerando apenas o número total de visitas sistemáticas realizadas entre os anos 2015 e 2021.

Nas regiões autónomas não houve ajuste de grelha (latitudinal ou longitudinalmente), ao contrário da opção tomada no II Atlas das Aves Nidificantes, pelo que a utilização das quadrículas sem alteração do sistema de coordenadas resultou num número elevado de quadrículas marginais (total de quadrículas nos Açores – 75 e na Madeira – 28). Esta opção permite que no futuro se possam realizar comparações diretas com novos atlas, evitando que se perca informação.

Na região autónoma da Madeira foram amostradas de forma sistemática 11 quadrículas (todas na ilha da Madeira). Porém, de modo a reunir o máximo de informação desta região autónoma, foram incorporados no atual atlas os dados do Atlas das Aves da Madeira (2009-2013). Na região Autónoma dos Açores foram amostradas de forma sistemática 43 quadrículas, tendo havido visitas em todas as ilhas (Figura 2).

Registos não-sistemáticos e códigos de nidificação

O apelo a todos os observadores para associarem código de nidificação aos seus registos, durante o período do atlas, teve maior adesão no continente, onde 19% dos 2 195 991 registos não-sistemáticos têm código de nidificação, enquanto nos Açores e na Madeira a percentagem é menor, de 3% (de 87 521 registos) e 6% (de 14 050 registos) respetivamente. Os anos em que a percentagem de registos com código de nidificação foi mais elevada correspondem a 2015 (34%), 2016 (27%) e 2021(21%), ou seja, os anos iniciais e o último ano do projeto.

Figura 1
Figura 3 - Número total de registos não-sistemáticos com e sem código de nidificação, entre 2015 e 2021.

Visitas em período noturno

Ao todo foram submetidas c. 6 000 listas em período noturno (entre as 20 horas e as 6 horas), correspondendo a 5% do total de listas submetidas. O esforço de prospeção direcionado para as aves noturnas, em território nacional, resultou num total de 833 quadrículas (800 no continente, 26 nos Açores e 7 na Madeira) com pelo menos uma espécie, das ordens Strigiformes ou Caprimulgiformes, registada de acordo com um dos protocolos a aplicar nas visitas às quadrículas no período noturno.

Figura 4
Figura 4 - Distribuição dos registos de espécies de aves noturnas entre os anos 2015 e 2021.

Em Portugal Continental foi registada pelo menos uma espécie de ave noturna em 80% das quadrículas (Figura 4), destacando-se os distritos de Leiria, Castelo Branco, Viseu e Bragança com o maior número de quadrículas sem registos de espécies de aves deste grupo. Em 38% das quadrículas registaram-se entre uma a duas espécies, sendo que 57% têm entre três e seis espécies e apenas em 5% foram registadas mais de sete espécies de aves noturnas.

Riqueza específica e área de distribuição

Os trabalhos do atlas permitiram inventariar 241 espécies nidificantes repartidas pelos territórios do continente e regiões autónomas, das quais 225 são nativas e 16 são não-nativas com populações estabelecidas (Tabela I).

Tabela I – Número de espécies nidificantes, nativas e não-nativas, por região e para o país.

Espécies nativas

Espécies não-nativas

Total por região

Continente

211

16

227

Açores

32

3

35

Madeira

42

2

44

Portugal

225

16

241

Como era expectável, o número final de espécies nidificantes por quadrícula (Figuras 5 e 5a) é superior ao número médio de espécies detetadas nas visitas sistemáticas (Tabela II). Este resultado realça a importância dos registos não-sistemáticos para complementar a informação obtida nas metodologias padronizadas. No território continental (Figura 5) as zonas com maior riqueza específica realçam duas realidades, a proximidade à costa (Algarve) e às zonas estuarinas (estuário do Tejo, estuário do Sado e ria de Aveiro), e os locais onde houve um maior investimento nas visitas sistemáticas e visitas não-sistemáticas (Alto e Baixo Alentejo e Trás-os-Montes e Alto-Douro). Nas regiões autónomas (Figura 5a) o padrão é menos esclarecedor, realçando o centro da maioria das ilhas em detrimento das zonas costeiras, certamente influenciado pelo elevado número de quadrículas marginais.

Figuras 5 e 5a
Figuras 5 e 5a - Número de espécies por quadrícula no território continental e nas regiões autónomas.

Tabela II – Riqueza específica de espécies nidificantes (média ± desvio padrão), por quadrícula ETRS10x10 km, observada nas visitas sistemáticas e total, por região.

Região

Riqueza específica - Visitas sistemáticas

Riqueza específica -Total

Continente

45±12 (n=860)

69±20 (n=996)

Açores

14±3 (n=43)

17±6 (n=73)

Madeira

15±2 (n=11)

16±9 (n=26)

O padrão de riqueza específica observado refle uma diferença da distribuição das espécies ao longo do território, evidenciando a maior concentração de espécies nas regiões Norte e Centro (junto à fronteira e no vale do rio Tejo) e uma relativa escassez de espécies na zona litoral Centro (Figura 5).

Os resultados obtidos em território continental revelaram uma grande variedade na dimensão de áreas de distribuição, destacando a ocorrência de algumas espécies como o airo (Uria aalge), felosa-pálida (Iduna opaca) e inseparável-de-fischer (Agapornis fischeri) em apenas uma única quadrícula, e a ocorrência do melro-preto (Turdus merula) em 980 quadrículas.

Cerca de 41% das espécies tem distribuições restritas, ocupando menos de 10% do território continental. Refira-se que neste grupo se incluem espécies com distribuição muito localizada devido às suas particularidades ecológicas, como são exemplo as espécies de aves marinhas, espécies de montanha e muitas aves aquáticas que dependem de zonas húmidas para a sua nidificação. Contudo, há também neste elenco espécies que apresentam uma redução significativa da sua área de distribuição face aos resultados obtidos no II Atlas, como é o caso da abetarda (Otis tarda), do rolieiro (Coracias garrulus), do solitário (Cercotrichas galactotes) ou da gralha-de-nuca-cinzenta (Corvus monedula).

As espécies com uma área de distribuição alargada no território continental (20 espécies com ocorrência em mais de 90% das quadrículas) pertencem todas à Ordem Columbiformes (pombo-torcaz (Columba palumbus) e rola-turca (Streptopelia decaocto)) e Ordem Passeriformes (p. ex. andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica) e melro-preto (Turdus merula)).

Na região autónoma dos Açores, existem sete espécies com distribuição inferir a 5%, das quadrículas, das quais três ocorrem apenas numa quadrícula (alma-negra (Bulweria bulwerii), gaivina-de-dorso-preto (Onychoprion fuscatus) e periquito-rabijunco (Alexandrinus krameri), e seis espécies que ocorrem em mais de 80% das quadrículas (pombo-das-rochas (Columba livia), pardal-de-telhado (Passer domesticus), estorninho-malhado (Sturnus vulgaris), toutinegra-de-barrete (Sylvia atricapilla), melro-preto (Turdus merula), canário-da-terra (Serinus canaria)).

Na região autónoma da Madeira, existem quatro espécies com distribuição inferior a 5% das quadrículas, que ocorrem em apenas uma quadrícula (borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus), freira-do-bugio (Pterodroma deserta), freira-da-madeira (Pterodroma madeira) e periquito-rabijunco (Alexandrinus krameri)), e quatro espécies que ocorrem em mais de 60% das quadrículas (pombo-das-rochas (Columba livia), toutinegra-de-barrete (Sylvia atricapila), melro-preto (Turdus merula), canário-da-terra (Serinus canaria)), sendo que destas, apenas o canário-da-terra ocorre em mais de 80%.

Os dados do II atlas foram convertidos do sistema de coordenadas UTM para ETRS89, à escala da quadrícula 10x10 km, permitindo assim comparar a área de distribuição, de cada uma das espécies, entre os dois atlas. Esta análise comparativa, realizada tendo em consideração as espécies que na distribuição anterior ocorriam em pelo menos 50 quadrículas, permitiu destacar para 60 espécies um decréscimo da área de distribuição superior a 10% nos últimos 16 anos (Tabela IV). Na mesma análise, e para o mesmo período, observou-se uma expansão da área de distribuição superior a 10% em 79 espécies (Tabela V)

Tabela IV – Espécies que sofreram um decréscimo da sua área de distribuição nos últimos 16 anos.

Espécie

Nº quadrículas 2005

Nº quadrículas 2021

Variação

Rolieiro Coracias garrulus

67

16

-76%

Milhafre-real Milvus milvus

132

35

-74%

Solitário Cercotrichas galactotes

77

24

-69%

Águia-caçadeira Circus pygargus

450

233

-48%

Sombria Emberiza hortulana

93

49

-47%

Sisão Tetrax tetrax

187

101

-46%

Cegonha-negra Ciconia nigra

183

100

-45%

Petinha-dos-campos Anthus campestris

312

173

-45%

Gralha-de-nuca-cinzenta Corvus monedula

108

60

-44%

Coruja-das-torres Tyto alba

536

309

-42%

Tabela V – Espécies que registaram uma expansão da sua área de distribuição nos últimos 16 anos.

Espécie

Nº quadrículas 2005

Nº quadrículas 2021

Variação

Tordo-pinto Turdus philomelos

144

415

+188%

Águia-sapeira Circus aeruginosus

94

171

+82%

Açor Accipiter gentilis

155

258

+67%

Frisada Mareca strepera

98

160

+63%

Mergulhão-de-crista Podiceps cristatus

125

194

+55%

Noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus

209

321

+54%

Rabirruivo-de-testa-branca Phoenicurus phoenicurus

152

232

+53%

Rola-turca Streptopelia decaocto

604

908

+50%

Bútio-vespeiro Pernis apivorus

139

205

+48%

Águia-perdigueira Aquila fasciata

150

218

+45%

Discussão

Numa visão geral, em Portugal Continental destaca-se a predominância de uma maior diversidade de espécies de aves nidificantes no centro da região norte, em Trás-os-Montes, nas Beiras, Lisboa e Vale do Tejo (para norte), no Alentejo, e na faixa litoral, onde se salientam os estuários e a costa do Algarve. Este padrão é consistente com o observado no atlas anterior, surgindo embora algumas áreas novas, provavelmente como resultado do esforço de observação (centro da região norte), e do maior número de observadores (p. ex. quadrículas costeiras e envolvência dos estuários).

No entanto, é notória a alteração das áreas de distribuição de muitas das espécies, quando comparadas com as registadas em atlas anteriores (veja-se por ex.: tagaz (Gelochelidon nilotica), francelho (Falco naumanni), peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus), chasco-preto (Oenanthe leucura) ou pardal-espanhol (Passer hispaniolensis)).

De facto, grande parte do território nacional tem vindo a sofrer alterações, em alguns locais, profundas, da sua paisagem, pelo progressivo abandono das terras do interior, por alteração dos sistemas de exploração agropecuário e florestal, crescimento das infraestruturas humanas associadas ao urbanismo, vias de comunicação, produção de energia e sistemas de retenção e armazenamento de água. Estas alterações têm conduzido à compartimentação do espaço, fragmentando habitats e a ligação entre eles, criando simultaneamente áreas homogéneas e extensas, resultando na redefinição da área de distribuição de diferentes espécies nidificantes e da sua abundância.

Entre as alterações da paisagem destacam-se, pelo seu impacto negativo na biodiversidade e extensão da área de ocupação, as alterações da parcela agrícola com a fragmentação dos habitats estepários. As alterações do modelo tradicional agrícola, no sentido de um modelo intensivo de monoculturas e de culturas de regadio, contribuíram para a regressão generalizada de espécies como o rolieiro (Coracias garrulus), águia-caçadeira (Circus pygargus), sisão (Tetrax tetrax), abetarda (Otis tarda) ou o solitário (Cercotrichas galactotes). Além da contração da sua área de distribuição, a concentração de efetivos em poucos locais, aumenta também o grau de ameaça sobre estre grupo de espécies.

Espécies como a narceja-comum (Gallinago gallinago) e o cartaxo-nortenho (Saxicola rubetra), que ocorrem em Portugal no limite da sua distribuição europeia, têm vindo a sofrer uma redução das suas áreas de distribuição. Esta contração em território nacional, associada ao número reduzido de indivíduos, torna-as mais suscetíveis a eventuais flutuações interanuais do efetivo populacional, às alterações dos usos do solo tradicionais, aos incêndios recorrentes e aos períodos de secas mais regulares (e prolongados). Em Portugal, muitas das espécies associadas aos ambientes montanhosos, têm populações reduzidas, o que dificulta a implementação de uma monitorização sistemática, que se reflete num número reduzido de observações fora dos períodos de atlas. Este é um dos grupos de espécies para as quais existe uma lacuna de conhecimento de parâmetros básicos, como dimensão e tendência populacional, fundamentais para aferir o seu estatuto de ameaça.

Algumas espécies têm vindo a expandir a sua área de distribuição em território nacional, como o bútio-vespeiro (Pernis apivorus), a águia-cobreira (Circaetus gallicus), a águia-perdigueira (Aquila fasciata), a águia-calçada (Hieraaetus pennatus) ou o açor (Accipiter gentilis), que apesar de beneficiarem das comunidades heterogéneas das florestas naturais, tudo indica que têm vindo a adaptar-se a novos povoamentos florestais onde tiram partido de áreas tranquilas e de grandes árvores para nidificar. No caso da águia-perdigueira esta alteração não pode ser dissociada dos esforços de conservação de que foi alvo nas últimas décadas, e que podem ter contribuído para a expansão de outras aves de rapina florestais.

As alterações climáticas têm vindo a ser responsáveis por mudanças na fenologia e distribuição das espécies, pela sua permanência ao longo de todo o ano em território continental, e a colonização de áreas do território onde não havia registo nos anteriores atlas. Contudo, entre o primeiro atlas e o III atlas temos assistido à expansão e à colonização natural do território, por diferentes espécies, para as quais as razões não são ainda totalmente conhecidas. São exemplos disso o tordo-pinto (Turdus philomelos) ou o dom-fafe (Pyrrhula pyrrhula) com extensas expansões para sul e, mais recentemente, a gaivota-de-audouin (Larus audouinii), o andorinhão-cafre (Apus caffer) e o andorinhão-da-serra (Apus unicolor). Noutros casos, espécies que outrora se consideraram extintas como reprodutoras têm vindo a recolonizar o território nacional como o corvo-marinho (Phalacrocorax carbo) e a íbis-preta (Plegadis falcinellus), em resultado de novas condições ambientais (ex.: açudes e lagoas) e recursos alimentares disponíveis (ex. lagostim), ou o abutre-preto (Aegypius monachus) e a águia-imperial (Aquila adalberti) pelo eventual contributo da aplicação de medidas de conservação e abandono dos territórios do interior.

Desde o primeiro atlas de aves nidificantes que têm sido crescentes os registos de espécies não-nativas a nidificar no continente português, em especial das ordens Anseriforme (Anatidae), Psittaciformes e Passeriformes (Sturnidae, Ploceidae, Estrildidae). A rápida colonização destas espécies encontra-se associada, na sua maioria, a áreas de tecido urbano no litoral, onde encontram parques e jardins com abundância de árvores exóticas, como nas regiões do Porto, Aveiro, Lisboa e Vale do Tejo ou Algarve (Psittaciformes), e em áreas alagadas na periferia dos centros urbanos, como áreas ripícolas, açudes e estuários (Anseriformes e Passeriformes). O estabelecimento de populações reprodutoras destas espécies nem sempre acompanha o processo de colonização, e está dependente das espécies encontrarem locais que satisfaçam os seus requisitos ecológicos. Entre o II atlas e o III atlas houve espécies que contraíram a sua área de distribuição, caso do periquito-rabijunco (Alexandrinus krameri) que parece estar circunscrito às zonas urbanas de Lisboa e Porto, apesar dos vários registos ocasionais em diversos locais do país. No sentido contrário, o arcebispo (Euplectes afer) expandiu bastante a sua área de distribuição, tirando partido da vegetação associada às áreas alagadas. O ganso-do-egipto (Alopochen aegyptiaca) foi a espécie que mais aumentou a sua área de distribuição, parecendo beneficiar do aumento de charcas e barragens no sul de Portugal. Importa destacar esta espécie pelo carácter invasivo que apresenta, e pelo potencial impacto que poderá ter sobre outras espécies.

Desde o primeiro atlas que o número de observadores de aves tem vindo a aumentar, assim como o conhecimento de muitas das espécies. É natural que com o evoluir da tecnologia e o aparecimento das plataformas online para registo de biodiversidade, e de aves em particular, nos questionemos se os atlas, na sua versão tradicional, ainda fazem sentido. Isto quando temos mapas de distribuição para o mundo inteiro à distância de um clique. É verdade que esta facilidade de visualizarmos, quase em tempo real, as observações de determinada espécie, nos dá a sensação de conhecimento profundo sobre a espécie. Mas poder comparar a sua distribuição, e abundância, no tempo, com dados recolhidos de forma semelhante, ou pelo menos padronizada, permite retirar mais informação. Permite identificar padrões e lacunas de informação, alterações inesperadas ou indetetáveis de outra forma. Só assim é possível conhecer o estado das populações de aves que ocorrem no nosso território e direcionar esforços de conservação para aquelas que mais necessitam.